Mostra de cinema que discute diversidade sexual continua neste sábado, dia 10
A sessão de estreia foi um sucesso: casa
cheia, elogios do público, debate empolgante. A 1ª Mostra TODXS DIVERSXS
continua, neste sábado, dia 10 de novembro, com a proposta de promover o debate a respeito da pluralidade
das vivências LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Desta vez, as sessões comentadas ocorrem às 10h, em Belo Horizonte, na Casa UNA de Cultura (r. Aimorés, 1.451 – Lourdes), e às 9h30, em Contagem, no Centec (r. Dr. Bernardo Monteiro, 20 – Centro). A
entrada é franca.
Curadora da Mostra, Tatiana Alves de Carvalho
Costa, diretora do filme “TransHomemTrans” (2012), um dos que serão exibidos no
sábado, fala um pouco das temáticas das obras e analisa a repercussão positiva
da estreia. A 1ª Mostra TODXS DIVERSXS é organizada pelo
Núcleo de Diretos Humanos e Cidadania LGBT da Universidade Federal de Minas
Gerais (NUH/UFMG), em parceria com o curso de Cinema e Audiovisual do Centro
Universitário UNA.
Tatiana Costa (à esq), com curadores da mostra
Como serão
as sessões de sábado?
No dia 10 de novembro, ocorrerão duas sessões,
em Contagem, no Centec, e em Belo Horizonte, na Casa Una de Cultura. Serão exibidos
quatro curtas-metragens: o primeiro foi produzido nos Estados Unidos por um diretor ou
diretora que não revelou o gênero. O filme se chama “Genderbusters”, que é uma paródia
dos caça-fantasmas, mas são super-heróis que resolvem dilemas de gênero.
Um outro será o premiado “Não quero voltar para casa sozinho”, que aborda as descobertas dos desejos de meninos na adolescência. O terceiro se chama “A arte de andar pelas ruas de Brasília”, que fala de duas meninas, muito próximas, muito amigas. Mas chega um momento em que elas começam a se questionar até que ponto aquilo que vivem é amizade ou não.
No sábado, será exibido também um vídeo que eu fiz. Não é propriamente uma narrativa, mas um apanhado de depoimentos sobre transexualidade masculina, o vídeo se chama “TransHomemTrans”.
Um outro será o premiado “Não quero voltar para casa sozinho”, que aborda as descobertas dos desejos de meninos na adolescência. O terceiro se chama “A arte de andar pelas ruas de Brasília”, que fala de duas meninas, muito próximas, muito amigas. Mas chega um momento em que elas começam a se questionar até que ponto aquilo que vivem é amizade ou não.
No sábado, será exibido também um vídeo que eu fiz. Não é propriamente uma narrativa, mas um apanhado de depoimentos sobre transexualidade masculina, o vídeo se chama “TransHomemTrans”.
São quatro filmes, que tratam de questões
diferentes, mas tudo em torno de uma grande temática, a que envolve a identidade de gênero e a orientação sexual.
Na verdade, são filmes que colocam uma questão pontualmente para pensarmos.
A
sessão de abertura, no dia 30 de outubro, lotou o cine Humberto Mauro. Você e os
outros curadores esperavam esse sucesso de público?
Sinceramente, não consigo dizer o que a gente
esperava, porque foi nossa primeira mostra aberta ao público. O NUH já havia
sido organizada outra mostra, mas ficou restrita aos professores do projeto
Educação sem Homofobia (projeto do NUH).
Então foi a primeira vez que resolvemos fazer
um evento aberto para a cidade, porque entendemos que essas discussões são para
além dos muros da escola. Resolvemos
abrir a discussão para a sociedade. Não sabíamos o que esperar, fizemos uma
divulgação tímida, mais restrita às redes sociais. O cine Humberto Mauro lotou
e ficou gente de fora da sala. A discussão rendeu mais do que a gente
imaginava.
A que você atribui
tamanho sucesso?
Há uma carência em Belo Horizonte de espaços
para conversas sobre estas questões. Sabemos que Belo Horizonte é um lugar em
que existe homofobia. Recentemente, vimos divulgado na impresa o caso de um
jornalista que apanhou na Savassi, sabemos das travestis que levam pedradas na avenida
Pedro II. Faltam assim representações positivas, que problematizem de um jeito
mais complexo as identidades de gênero e a diversidade sexual.
O
filme Tomboy, exibido no cine Humbero Mauro, discute a vivência de uma menina que
se passa por menino. No debate, a escola apareceu tanto nas
falas dos palestrantes quanto do público. Como funciona o projeto Educação sem
Homofobia, do NUH/UFMG, do qual você faz parte?
A ideia do Educação sem Homofobia é promover
discussões com os professores de ensino fundamental e médio, principalmente das
escolas públicas. Esses professores participam durante vários meses de uma
série de atividades, algumas são aulas sobre o que é homofobia, como se fosse
uma preparação, mas essa preparação não é no sentido de dar uma fórmula.
As
soluções são processuais, dizem respeito aos contextos. O projeto Educação sem
Homofobia serve para dar subsídios para o professor compreender a manifestação
de homofobia, a complexidade das questões relacionadas à identidade de gênero e
orientação sexual, principalmente nesse momento tão delicado da infância e da
adolescência, e provocar nesse professor um olhar para o contexto, não só para
o contexto da escola, mas também para a comunidade em que essa escola está, na
relação desses alunos com os pais, de outros elementos que entram na escola,
por exemplo, a religião...
O projeto busca levar o professor a pensar também no próprio papel da escola como instituição que é guardiã de uma norma de conduta e produtora de uma norma que reforça a homofobia.
Por Grazielle Souza
Foto:Roberto Reis
Super legal! mas a primeira mostra do Nuh nem foi fechada pra professores do educação sem homofobia não, viu? e passou por umas boas cidades... acho que teve BH, Santa Luzia e Contagem, pelo menos.